Centro Brasileiro Integrado

O guia definitivo para superar o bloqueio mental

O bloqueio mental é um grande desafio psicológico.

Imagine a cena.

Você começa seu dia naquela pilha.

Toma um belo café da manhã após uma noite de sono tranquilo e já pensa:  “Hoje é meu dia! Vou arrebentar! Estou disposto e descansado, não tenho nada a fazer além de escrever. Só vou parar quando digitar 10 páginas”.

Liga o computador, abre o seu processador de texto. Recolhe a bibliografia de apoio e…

NADA.

Bate aquela má vontade e tudo, de repente, parece conspirar contra você.

De repente, o celular mostra algumas notificações e a atenção já se volta para ver se há algo importante (mas nunca é). Algumas ideias surgem e você até consegue começar a colocá-las no papel, mas a tela continua em branco.

Logo vem o desespero. Você precisa escrever. Mas não consegue.

O tormento da consciência de que as condições presentes no dia são ótimas para redigir sua dissertação/tese, mas “alguma coisa”está emperrando o raciocínio.

As ideias não surgem, por mais que você já tenha na mente o quadro geral de tudo o que deseja escrever para concluir seu trabalho. Você se sente um impostor.

A verdade é que isso não acontece “só” com você. Acontece com tudo mundo. Aconteceu comigo e não posso dizer que não me atrapalha ainda hoje. Mas por que ocorre esse branco?

De acordo com a coach acadêmica Alison Miller, autora do livro “Finish your Dissertation Once and For All”, alguns dos principais motivos para que o bloqueio ocorra são o perfeccionismo e a não aceitação de determinadas emoções e estados mentais que usualmente acompanham o processo de redação.

#1 Perfeccionismo é uma das causas do bloqueio mental

Muitas vezes o bloqueio mental ocorre porque somos exigentes demais com nós mesmos.

Queremos que, já na primeira versão do texto, a redação saia clara e perfeita. Quantas vezes já não me peguei buscando “aquela” frase de efeito sensacional? Aquela palavra que sintetizaria todo um pensamento sofisticado?

A verdade é que essa ideia sensacional raramente ocorre da primeira vez em que você está “labutando” na redação do texto.

Lembre-se sempre de que a primeira versão de um texto é um rascunho. Shakespeare não escreveu Otelo na primeira vez que pegou sua pena.

Decerto trabalhou bastante, escreveu uma primeira versão que estava horrorosa, deixou o trabalho amadurecer por alguns dias antes de botar a mão na massa de novo.

#2 O trabalho pronto é melhor que o não escrito

Mais importante do que escrever uma primeira versão primorosa é simplesmente escrever. Colocar suas ideias no papel, ainda que pareçam ingênuas e pouco profundas, já dá início ao processo que o levará a concluir o trabalho de uma vez por todas.

Um rascunho é melhor do que nada. Depois de escrevê-lo, você poderá melhorar a redação, acrescentar novas ideias e pensar em exemplos que melhor ilustrem seu ponto. Mas o primeiro passo é o rascunho, por mais imperfeito que seja.

Ao pensar na primeira versão do seu texto como um rascunho, e não como a versão perfeita e acabada do texto, você  alivia a pressão da escrita, permitindo-se redigir de modo mais livre e despreocupado com a forma. As ideias fluem mais livremente e, com isso, o bloqueio pode ser contornado.

Portanto, esqueça o perfeccionismo. A versão rascunhada é melhor que a versão que não está no papel.

#3 Um bom processador de texto é essencial para uma escrita produtiva

Outro fator bastante impactante para evitar o bloqueio mental é fazer de tudo para se concentrar no momento.

Se a sua tarefa é escrever, então esqueça que tem vida: deixe o celular de lado, desligue os aplicativos do computador que apresentam notificações e busque a experiência mais imersiva possível.

Utilize um processador de texto que tenha a possibilidade de isolar a tela, para que nada no monitor chame sua atenção, a não ser o próprio texto que você está escrevendo.

O próprio modo “Tela cheia” do Word resolve esse problema, mas existem aplicativos próprios para uma experiência imersiva: Scrivener, FocusWriter e Ulysses estão entre os meus favoritos, mas existem muitos outros.

#4 O quanto a internet atrapalha sua concentração?

Além disso, utilize aplicativos que controlem o seu uso da internet, evitando aquela “escapulida” pra dar uma olhada no Facebook, no Twitter ou no seu e-mail.

Acredite em mim: se alguém quiser falar algo de urgente contigo, utilizará o telefone – e não WhatsApp, e-mail ou qualquer rede social. Notícias importantes e urgentes, que realmente demandam sua atenção, vêm por telefone.

No meu caso, utilizo um programinha chamado Freedom para essa finalidade.

Ele desativa os programas e sites que seleciono por determinado período de tempo. Se decido escrever por pelo menos 25 minutos antes de ter algum acesso a aqueles recursos, configuro o Freedom para impedir as distrações por aquele tempo. Decorridos os 25 minutos, os aplicativos são desbloqueados automaticamente.

Essa estratégia ajuda a superar o bloqueio mental porque permite que você se concentre efetivamente na escrita. Por mais que você curta redigir seus textos, escrever é doloroso.

Encontrar palavras, seguir uma linha de raciocínio, procurar a melhor maneira de expor uma ideia – tudo isso é difícil e a verdade é que não queremos nos expor a qualquer dificuldade.

Por isso, nossa atenção fica sujeita a ser capturada por qualquer fator externo que aparente ser mais interessante. E a verdade é que, no mundo contemporâneo, é muito fácil se perder por conta das redes sociais, do e-mail ou de outros aplicativos.

Ao interromper essas fontes de distração e se concentrar no texto a ser escrito, o fluxo de ideias pode voltar e efetivamente afastar um pouco do bloqueio mental criativo.

#5 Planejamento é um importante aliado para superar o bloqueio mental

Você planeja o que vai escrever antes de efetivamente sentar e começar a redigir seu texto?

Se você apenas vai “escrevendo” o que der na telha, aumentam as chances de o bloqueio surgir. É aquela coisa: pra quem não sabe onde quer chegar, qualquer destino serve.

Por isso, é importante planejar todo o texto antes de sentar para de fato começar a redigi-lo.

Mas como efetuar o planejamento adequado?

Uma ferramenta interessantíssima, que adoro utilizar, é o chamado mapa mental.

Esse instrumento, inventado por Tony Buzan, é fantástico para esquematizar ideias rudimentares e concatená-las umas às outras de maneira hierarquicamente estruturada.

Existem vários aplicativos elaborados para criar mapas mentais e que possibilitam uma manipulação bem intuitiva dos mapas, trocando os conceitos de lugar para posições mais adequadas.

Segue um exemplo de mapa mental, para que você tenha ideia de como funciona:

mapas mentais - doutorado e mestrado

Mapas mentais são úteis para ter mais clareza na escrita

Mapas mentais são úteis para desbloquear sua mente na hora do “branco” porque permitem manter o fluxo de ideias contínuo.

Eles permitem que você observe com certa clareza o que deve escrever. Ao escolher um subtema a ser redigido ao longo do dia, busque fazer um brainstorming das principais ideias a serem desenvolvidas em torno daquela questão.

Depois, ligue uma ideia à outra, de modo a manter uma relação coerente e hierarquizada entre elas, de modo a dar maior organização ao texto e facilitar seu trabalho.

Evidentemente, esta não é a única forma de planejar a escrita.

Você pode traçar um sumário com os principais pontos do texto. Depois, é só definir qual dos temas será abordado ao longo do dia.

Antes de escrever, tente destrinchar as principais ideias associadas ao tópico, livremente. Com isso, você preparará sua mente para começar o processo de redação.

Por fim, é relevante manter a concentração em apenas um dos pontos de seu trabalho.

Buscar escrever por dois ou mais tópicos inevitavelmente levará sua mente a divagar e a se perder. Com isso, sua concentração diminui e, com ela, sua produtividade vai embora.

Confie em si mesmo, livre-se das distrações e planeje a escrita. O branco pode até vir, mas agora você sabe como lidar com ele!

Fale Conosco!
Skip to content